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Vozes Ciganas no Ensino Secundário (Parte I), Mário Vaz Maia

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Vozes Ciganas no Ensino Secundário (Parte I), Entrevistas
MÁRIO VAZ MAIA, 19 ANOS, 11.º ANO, LISBOA
Entrevista realizada em julho de 2018, em lisboa
Observatório das Comunidades Ciganas (ObCig): Podes contar-nos brevemente o teu percurso escolar até ao Ensino Secundário?
Mário Vaz Maia (MVM): O meu percurso escolar, o ensino primário frequentei a escola aqui do bairro, o bairro da Picheleira. Em seguida do quinto até ao nono, andei na escola das Olaias, onde reprovei o 8.º ano, depois no 10.º ano fui para Escola Padre António Vieira em Alvalade, segui Economia, depois recuei um ano, entrei em Gestão Desportiva na Dona Luísa de Gusmão e passei para o 11.º ano, este ano acabei o 11.º ano e para o ano vou para o 12.º.
ObCig: Da tua experiência de frequência do Ensino Secundário, o que gostarias de dizer no que diz respeito à tua relação com os e as colegas?
MVM: A minha relação com os meus colegas no ensino secundário sempre foi boa desde o 10.º ano, por acaso apanhei colegas de várias etnias e de várias raças e correu sempre tudo bem.
ObCig: E com os/as professores/as?
MVM: Com os meus professores também. Tenho noção que dentro da sala de aula há uma hierarquia e que tenho sempre de respeitar.
ObCig: E o ambiente da escola?
MVM: O ambiente da escola fora da minha sala de aula também é sempre bom, sei sempre quem devo respeitar em toda a comunidade escolar.
ObCig: E sobre os conhecimentos que aprendes?
MVM: Neste curso falo mais… as disciplinas são um bocado diferentes porque o meu curso é virado para criar eventos e gerir espaços desportivos e aprendo sempre coisas diferentes, claro. O desporto é uma coisa que eu gosto.
ObCig: O que achas que pode mudar na tua vida continuando a estudar? Tu estás a pensar ir para a universidade? Porquê?
MVM: Como a vida está hoje em dia é sempre bom seguir mais e mais, e como eu quero ter uma vida estabilizada para o futuro penso que é bom seguir o ensino superior. Na Universidade eu estou virado para estudar a marinha, mas ainda não sei, ainda estou a decidir.
OBCig: Presentemente existem vários jovens e adultos ciganos na universidade. O que achas disso?
MVM: Os jovens de etnia cigana que seguem é bom, é muito bom, para mostrarmos às pessoas que também conseguimos e que somos alunos como os outros e também é um passo que eu quero seguir.
ObCig: O que gostarias de dizer aos outros e às outras jovens ciganos, principalmente aos que estão no 3.º ciclo, para os motivar a continuar na escola?
MVM: O que queria dizer a esses jovens que as coisas de antigamente para hoje em dia já mudaram, as tradições vão mudando e que não é preciso saírem da escola para seguir a venda ou o que os ciganos fazem, mas que sigam a escola e que estudem e que deem uma vida melhor aos pais ou às famílias e é sempre bom.
ObCig: Que mensagem gostarias de transmitir à sociedade?
MVM: Ao ser cigano nunca sofri nenhum tipo de preconceito ou racismo ou o que seja, correu sempre tudo muito bem. Acredito que em outras zonas ou com outros jovens isso aconteça e fora da vida escolar isso acontece, mas comigo sempre tudo correu bem, graças a Deus.

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