Vozes Ciganas na Universidade (Parte I), Entrevistas

Vânia Lourenço, 19 anos, 1.º ano do Curso de Direito, Universidade Portucalense
Entrevista realizada no dia 21 de março de 2018, no Porto
Entrevista realizada no dia 21 de março de 2018, no Porto
Observatório das Comunidades Ciganas (ObCig): Pode contar-nos brevemente o seu percurso escolar até entrar na Universidade?
Vânia Lourenço (VL): O meu percurso foi um percurso normal, como qualquer outra rapariga. Sempre andei na escola. Fiz um percurso normal, acabei o 12º ano e sempre tive a ideia de querer entrar na universidade. E hoje é onde estou.
Vânia Lourenço (VL): O meu percurso foi um percurso normal, como qualquer outra rapariga. Sempre andei na escola. Fiz um percurso normal, acabei o 12º ano e sempre tive a ideia de querer entrar na universidade. E hoje é onde estou.
ObCig: Nesta nova experiência, de Frequência do Ensino Superior, o que gostaria de realçar na sua relação com os colegas?
VL: Os meus colegas, as minhas amigas principalmente, eu sempre… aquelas amigas que já me são mais próximas, eu sempre fiz questão de dizer que sou cigana, porque acho que é uma coisa, primeiro que me orgulha muito e eu nunca… pelo menos… nunca conseguiria esconder aquilo que sou, porque é… porque faz parte da minha identidade, e por isso mesmo penso que nunca… nunca vou esconder aquilo que sou.
VL: Os meus colegas, as minhas amigas principalmente, eu sempre… aquelas amigas que já me são mais próximas, eu sempre fiz questão de dizer que sou cigana, porque acho que é uma coisa, primeiro que me orgulha muito e eu nunca… pelo menos… nunca conseguiria esconder aquilo que sou, porque é… porque faz parte da minha identidade, e por isso mesmo penso que nunca… nunca vou esconder aquilo que sou.
Obcig: E com os professores?
VL: Quanto aos professores, não são muitos os que sabem que sou cigana, vai surgindo ou quando descobrem que eu sou cigana, ficam sempre todos muito contentes.
VL: Quanto aos professores, não são muitos os que sabem que sou cigana, vai surgindo ou quando descobrem que eu sou cigana, ficam sempre todos muito contentes.
ObCig: E em relação ao ambiente universitário?
VL: É um bocadinho diferente do secundário. É… é diferente. Temos de estudar mais, estudamos mais sozinhos.
VL: É um bocadinho diferente do secundário. É… é diferente. Temos de estudar mais, estudamos mais sozinhos.
ObCig: Em que medida considera que o facto de estar a tirar um curso superior está a mudar a sua vida e a forma como perspetiva o mundo?
VL: Claro que sim vai mudar. Se eu tiver mais competências as possibilidades de emprego e na área que eu quero serão ainda maiores.
VL: Claro que sim vai mudar. Se eu tiver mais competências as possibilidades de emprego e na área que eu quero serão ainda maiores.
ObCig: O que gostaria de dizer aos outros e às outras jovens ciganas para os ajudar na construção de um caminho escolar de sucesso?
VL: Eu na minha opinião acho que… se nós queremos deixar de ser aquela parte da sociedade, que… (tem-se essa ideia, não significa que é verdade), são uns coitadinhos, são uns… estão sempre ali… uns pobres e isso tudo... a nossa maior arma é sem dúvida a educação e… estudando nós podemos fazer não só com que nós enquanto pessoas evoluamos, mas damos um contributo enorme para toda a nossa etnia. E é esse o conselho que eu dou, que a arma é que é a educação para nós conseguirmos seguir em frente.
VL: Eu na minha opinião acho que… se nós queremos deixar de ser aquela parte da sociedade, que… (tem-se essa ideia, não significa que é verdade), são uns coitadinhos, são uns… estão sempre ali… uns pobres e isso tudo... a nossa maior arma é sem dúvida a educação e… estudando nós podemos fazer não só com que nós enquanto pessoas evoluamos, mas damos um contributo enorme para toda a nossa etnia. E é esse o conselho que eu dou, que a arma é que é a educação para nós conseguirmos seguir em frente.
ObCig: Que mensagem gostaria de transmitir à sociedade?
VL: Para a sociedade maioritária eu costumo, costumo dizer que… existem muitos preconceitos e um conselho que eu dou, é que antes de nos criticarem, ou dizerem que isto é assim ou que isto é assado, que procurem conversarem, conhecer se é realmente assim, se não é. E eu acho que isso também é uma maneira de acabar com os preconceitos e com aquilo que vem com os preconceitos, o racismo e as intolerâncias.
VL: Para a sociedade maioritária eu costumo, costumo dizer que… existem muitos preconceitos e um conselho que eu dou, é que antes de nos criticarem, ou dizerem que isto é assim ou que isto é assado, que procurem conversarem, conhecer se é realmente assim, se não é. E eu acho que isso também é uma maneira de acabar com os preconceitos e com aquilo que vem com os preconceitos, o racismo e as intolerâncias.