Reconhecendo-se a carência de informação relativamente às comunidades ciganas portuguesas, quanto ao número e distribuição geográfica, bem como nos domínios da habitação, educação, saúde e emprego, afigurou-se necessária a realização de um estudo abrangente e transversal que permitisse a recolha de informação relevante para a conceção e implementação de políticas públicas ajustadas à situação das comunidades ciganas. Deste modo, o Alto Comissariado para as Migrações (ACM) lançou um convite aos centros de estudos e investigação, em 2013, para a realização de um estudo nacional sobre as comunidades ciganas.
O “Estudo Nacional sobre as Comunidades Ciganas” foi desenvolvido pelo CEMRI-UAb (Centro de Estudos das Migrações e das Relações Interculturais, da Universidade Aberta) e pelo CIES-IUL (Centro de Investigação e Estudos de Sociologia, do Instituto Universitário de Lisboa), no âmbito de projeto do ACM financiado pelo POAT-FSE.
A investigação decorreu entre janeiro e agosto de 2014 e mobilizou diversos instrumentos metodológicos: 30 entrevistas em profundidade a responsáveis e técnicos de projetos, análise bibliográfica, análise documental, inquérito via e-mail às autarquias (com 149 respostas obtidas), inquérito online Lime Survey aos peritos (com 29 respostas validadas), inquérito por questionário aplicado presencialmente a 1599 pessoas ciganas, análise SWOT e método de Delphi para validação dos perfis.
No total, apurou-se a existência de 24210 portugueses ciganos em território nacional, cujas características e condições de vida são problematizadas neste estudo.